Xingu:contatos
Primeiro grande território indígena demarcado no Brasil, em 1961, o Xingu é a casa de sociedades tradicionais que enfrentam há séculos diversas formas de intervenção e violência e inspiram a luta por direitos dos povos originários. Ainda alvo de disputas e ameaças, o território, localizado no estado do Mato Grosso, é habitado atualmente por mais de 6 mil indígenas, de 16 etnias.
Essa trajetória de lutas e resistências é revisitada na exposição Xingu: contatos, que o Instituto Moreira Salles apresenta, em sua sede de São Paulo (av. Paulista, 2424), a partir de 5 de novembro (sábado). A equipe de curadoria é formada pelo cineasta Takumã Kuikuro, diretor de documentários como As hiper mulheres (2011), pelo jornalista Guilherme Freitas, editor-assistente da serrote, revista de ensaios do IMS, e pela assistente de curadoria Marina Frúgoli.
Com entrada gratuita, a mostra apresenta múltiplas narrativas e olhares em torno do território, tendo como destaque a produção audiovisual indígena contemporânea, que tem no Xingu um de seus principais polos. O conjunto inclui
seis curtas-metragens, feitos especialmente para a exposição, de autoria de Divino Tserewahú, Kamatxi Ikpeng, Kamikia Kisêdjê, Kujãesage Kaiabi, Piratá Waurá e do Coletivo Kuikuro de Cinema.
A exposição traz ainda um trabalho inédito do artista Denilson Baniwa, fotografias produzidas pelos comunicadores indígenas da Rede Xingu +, e um mural, com grafismos alto-xinguanos, criado pelo artista Wally Amaru na empena de um prédio na rua da Consolação.